Friday, December 16, 2005

Impressão Digital

Os meus olhos são uns olhos
E é com esses olhos uns
que eu vejo no mundo escolhos
onde outros, com outros olhos,
não vêem escolhos nenhuns.

Quem diz escolhos diz flores.
De tudo o mesmo se diz.
Onde uns vêem luto e dores,
uns outros descobrem cores
do mais formoso matiz.

Nas ruas ou nas estradas
onde passa tanta gente,
uns vêem pedras pisadas,
mas outros, gnomos e fadas
num halo resplandecente.

Inútil seguir vizinhos,
querer ser depois ou ser antes.
Cada um é seus caminhos.
Onde Sancho vê moinhos
D. Quixote vê gigantes.

Vê moinhos? São moinhos.
Vê gigantes? São gigantes.


António Gedeão

3 Comments:

Blogger Maria said...

Boa escolha para começar, amiga.
Vou ficar à espera de mais!
Um beijo muito grande.

5:18 PM  
Blogger Poesia Portuguesa said...

Bem vinda a este Mundo Blogosférico.

Uma bela escolha de um dos meus poetas favoritos.

Um abraço e FELIZ NATAL ;)

10:14 PM  
Blogger Menina Marota said...

Subscrevo as palavras da Poesia e desejo-te um FELIZ NATAL

Abraço ;)

10:15 PM  

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