Sunday, June 18, 2006

Poema

EPÍGRAFE

Murmúrio de água na clépsidra gotejante,
Lentas gotas de som no relógio da torre,
Fio de areia na ampulheta vigilante,
Leve sombra azulando a pedra do quadrante,
- Assim se escoa a hora, assim se vive e morre...

Homem, que fazes tu? Para quê tanta lida,
Tão doidas ambições, tanto ódio e tanta ameaça?
Procuremos somente a beleza, que a vida
É um punhado infantil de areia ressequida,
Um som de água ou de bronze e uma sombra que passa...

Eugénio de Castro, Horas, 1891

5 Comments:

Blogger Diogo said...

«Homem, que fazes tu? Para quê tanta lida,
Tão doidas ambições, tanto ódio e tanta ameaça?»

A propósito destes versos lembro-me de já ter pensado, ao olhar para as caras dos Rumsfelds, dos Cheneys, dos Shultzs, dos Kissingers e dos Silversteins, todos eles já bem entrados na idade, o que é que os move? Donde lhes vem tanta ganância pelo poder e pelo dinheiro, quando já têm tanto? E quando já estão tão próximos do fim?

9:32 PM  
Blogger Maria said...

"Assim se escoa a hora, assim se vive e morre" - uma lenta sucessão dos dias até ao dia final. Isto nós já sabemos. Agora é preciso dar-lhes côr e vida. Não deixar que o marasmo se instale. Não permitir q estas horas sejam vividas apenas na expectativa do dia final.
Beijos amiga

10:05 PM  
Blogger José said...

A vida é tão simples e o Homem complica-a tanto!
Beijinho

7:32 PM  
Blogger Diogo said...

Minha cara:

Obrigado pelos excelentes comentários que tem colocado no meu blogue. Eu divido a malta que está do contra em três categorias:

a) Malta a que não chegou informação extra-oficial sobre o 9/11.

b) Malta a que chegou informação extra-oficial sobre o 9/11, mas que não consegue conceber uma conspiração do governo.

c) Malta a que chegou informação extra-oficial sobre o 9/11 mas que não a compreende.

Um beijo.

12:42 AM  
Anonymous Anonymous said...

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3:03 PM  

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