Tuesday, July 11, 2006

Diego Maradona

Não gosto especialmente de futebol.
Aconteceu ver alguns dos jogos da selecção e acabar por me entusiasmar quando estavam quase a marcar golos. Mas sinceramente não vejo, porque não tenho paciência, mais nenhum jogo durante o resto do ano.
Talvez por ter sido criada no meio de um outro desporto, o rugby, que me habituei a admirar e a gostar.
Mas vem isto tudo a propósito de um programa que deu hoje no canal 1 sobre o Maradona "El Pibe".
A vida e a carreira deste homem é o exemplo claro do que os detentores do poder podem fazer para destruir a vida de alguém.
Não vou entrar em pormenores pois acho que são sobejamente conhecidos, sobre a forma como foi tratado, aproveitado, utilizado e descartado.
Achei o documentário bastante bom. Muito mais há para contar sobre "El Pibe" o seu papel no futebol e a sua intervenção na vida social e política da América Latina e da Argentina.
Os senhores do poder não perdoam e quem não alinha com eles é "carta fora do baralho".
Drogas? Sim houve consumos, muitos, na vida de Maradona. Como começou? Porque começou? Porque continuou, se continuou, essas são outras questões.
Por fim foi o coração que o atraiçoou e Cuba que o tratou.
É pena que seja referido e recordado como aquele que foi apanhado drogado e por isso foi expulso pela FIFA.
Gosto dele, como pessoa humana. Tem lutado, à sua maneira, por dignificar os que vindo de classes muito pobres, conseguem chegar onde só outros têm lugar.
Tenho por ele muito respeito e admiração.
Porque me lembrei dele neste campeonato e dele falaram, porque vi hoje a reportagem, apeteceu-me deixar aqui o meu testemunho.

Sunday, July 09, 2006

Numismática

Tenho moedas antigas para vender.
Se conheceres algum colecionador com moedas em falta na sua coleção dá-lhe o meu contacto.

Saturday, July 01, 2006

Mia Couto

O baralho erótico

Em sua maior parte, o matrimónio é um maltrimónio. Os dois pensando somar, afinal, se traem e subtraem. Era o caso de Fula Fulano mais sua respectiva Dona Nadinha. O homem era um vidamundo, formado nas malandragens. A mulher era muda durante o dia. Mesmo que pretendesse não lhe saía palavra."..."No resto, se arredava, imóvel de fazer inveja às plantas. Se sentava a desfolhar fotos e postais.
Nadinha vivia por fotografia, sonhava por interposição de imagens recortadas em revistas. Coleccionava retratos, cromos, postais. Ficava horas contemplando as figurinhas. Assim, ela se desconhecia, desaparecendo de si mesma, invisibilizando a vida."..."Se enamorava das mulheres das capas, que lindas, nem transpiram, nem enrugam com os tempos."
Mia Couto, Contos do Nascer da Terra, Lisboa, Editorial Caminho, 2002